O trabalho no escritório avoluma-se. Nem a água que a funcionária trouxe me consegue saciar.
Está decidido. O calor é demais e o meu corpo já não responde.
Vou até à praia da Luz e sento-me na esplanada. Corre uma brisa fantástica. Envolve-me o corpo e os meus mamilos arrepiam-se.
O empregado de mesa aproxima-se e pergunta-me o que desejo. Claro que não lhe vou dizer o que me apetece…bem lá sai um “sumo de laranja natural com muito gelo, por favor”.
Recostei-me na cadeira da esplanada e deixei que o meu corpo se entregasse aquele instante. Sentia o calor daquele dia em cada poro. A brisa fresca do mar subia desinibida pelo meu corpo. Sentia o toque fresco dessa brisa nas minhas coxas.
O sumo de laranja é chegado, num copo a transpirar de gelo.
Enquanto bebo sinto cair-me no colo do peito as gotículas geladas do copo…que gozo. Cada gota me refrescava a pele sedenta. Levei a mão ao peito e fiz diluir sobre todo o colo as pequenas partículas de gelo. O meu corpo resplandecia de prazer. A brisa marinha e a caminhada desse orvalho tardio elevam-me de prazer.
Usufruo desse instante, dessa pausa como se fosse a ultima. Mimo-me e levo-me no gozo platónico de um instante de amor. Deixo que o meu corpo me conduza nesse prazer.
As gotas de gelo percorrer o meu corpo parando no umbigo deixando-me arrepiada. A brisa fresca do mar nina-me a vulva…e fico na mera sensação.
Perdida … estarrecida deixo-me envolver pelo momento. Num uníssono de pensamento e sensação usufruo da libido ora despertada pela fresca gota de gelo que meu corpo refresca.
No desejo desse instante o prazer imortal das coisas simples.
Love is a fast food