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24 de outubro de 2009

Uma cama de ferro.....


Uma noite que prometia ser louca. Prometia ser de loucura atras de loucura.... Depois de um jantar glamouroso e fantastico. A mistura do alcool e da hormonas, fizeram com que nos entrelaçassemos. Enrolamos, enrolamos, enrolamos, e decidimos saltar para o quarto....Os movimentos foram aquecendo.... Tu decidiste aplicar um creme que prolonga o orgasmo, e eu comecei a arder de desejo. Pedia-te com fervor: nao pares, nao pares e entra dentro de mim. Nesse preciso momento a força do desejo misturada com a força animica dos corpos, fez com que a cama de ferro, onde adorava prender-te com algemas, se racha-se a meio.
Tu aflito dizias: Temos de compor a cama e eu ardendo dizia: puxa o colchao para lado porque....


Love is a fast food

21 de outubro de 2009

Chuvas de Outono


As primeiras chuvas são sempre as mais complicadas.

Ainda estamos habituados à levezas das vestes de verão. Ainda não temos o verdadeiro apelo pelas camisolas da lã e o chocolate quente a meia do dia.

São as chuvas mornas do Outono que de forma matreira pintalgam o céus de mil cores.

Eram já 16h havia ficado perdida na estética de uma escultura na loja da Maria. Bem na baixa do Porto num dos mais emblemáticos e românticos edifício da cidade. O tempo voara naquela tare cinzenta de finais de Outubro. Do vidro da galeria via a ameaça de chuva. Tinha de me ir embora. Coloquei o xaile sobre a cabeça, peguei na minha nova escultura e sai.

Mas mal sai logo o tempo me atraiçoou. Começara a chover vivamente. De mãos ocupadas pouco podia fazer por mim se não correr para o estacionamento. Corria por de baixo daquela chuva fugindo dos transeuntes. Corria junto dos edifícios abrigando-me como podia. Ainda faltava um quarteirão para o estacionamento e a chuva não abrandava nem um pouco.

Sem me dar conta choquei contra uma pessoa. Caiu-me tudo o que transportava ao chão. E num só tempo baixei-me. Olhei em frente e fiquei estarrecida.

Mas nada mais sentia. Apenas aqueles olhos verdes fixados nos meus. Até que fui acordada por uma voz rouca e quente que me interpelava “ Está bem?”.

Estou bem? ... Não sei.

Estou completamente molhada.

Senti então a força dele que me auxiliava a levantar “ vamos sair daqui estamos ambos molhados”… “ o meu ateliê é nas águas furtadas deste prédio”

Segui de forma hipnótica a sugestão.

As suas mãos suaves e firmes guiaram -me até ao ateliê.

Das mãos retirou-me a carteira e o xaile da cabeça é “melhor secar-se”, pegou numa toalha e fê-la deslizar docemente sob os meus cabelos. Estava plenamente hipnotizada pelos seus olhos verdes e deixei-me levar pelos sue movimentos.

Ainda hoje não sei o seu nome.

Era escultor e como escultor me secou e moldou o meu corpo à arte dos afectos.

E na memória me esculpiu um cálido fim de tarde de Outono numas águas furtadas da cidade do Porto.

Love is a fast food