Love is all around....

Um copo de vinho e queijo .....

Há um ano ou dois que nos conhecemos mas sempre nos cruzamos em situações profissionais. Num desses dias deste-me o teu numero de telemovel mas nunca o usei. Já me tinha esquecido que o tinha nos meus contactos até o ouvir tocar as 21h de segunda feira. Ainda estavas no escritorio e perguntavas-me, porque sabes que tenho habito de sair tarde, se não partilhava contigo um copo de vinho....

Sou sincera... resisti.... pensei que o engano fosse no destinatario...mas a verdade é que ainda nao tinha jantado e nem tinha planos onde ir jantar. Ainda com receio aceitei o convite para partilhar um copo de vinho....O meu receio agudizou-se quando num instante me respondeste...Ai pensei que me fosses dizer que houve engano.Mas não..... Pedias que partilhassemos o copo de vinho em tua casa  pois naquele dia não te apetecia sair....

Encostei-me na cadeira, olhei para o ceu negro daquela noite e mesmo sabendo que seria um risco, aceitei. Na hora marcada apareci em tua casa. A vantagem da tua casa, para alem de ser demasiado espaçosa para quem vive sozinho, é que se situa numa zona historica da cidade. Acrescentando o facto de ser num 10º andar, o que permite ter umas vistas fantasticas na tua varanda. Entrei e já tinhas preparado numa mesa o vinho, os copos e um tabuleiro com tostas e queijos. Ao fundo ouvia-se uma musica suave mas que deliciava os ouvidos. Pousei a carteira, despi o casaco e num instante deste-me para a mão um copo de vinho tinto... No vidro do copo senti as tuas mãos quentes, que como a cor daquele vinho, estavam ruborizadas. Sentamo-nos no sofa e fomos degustando o vinho e as tostas... A conversa foi fluindo por diversos temas quer pessoais quer profissionais tais como os sons que melodiosamente se ouviam. Num impulso pedi-te para ir a varanda. O meu corpo aquecia e precisava refrescar....Deixaste-me na varanda com o copo de vinho por uns escassos segundos e nesses mesmos perguntei que faço aqui....A noite estava fria, o ceu escuro e ameaçava chover.... Voltaste com um manta que me colocaste pelos ombros...e nessa altura os teus labios ficaram a milimetros de mim.... nao resistimos e dai nasceu um beijo.... os copos cairam, a manta caiu e nos cedemos a um beijo prolongado......

Perdi a noção da duração daquele beijo porque só me lembro de ter começado a chover torrencialmente o que nos separou.....

Entramos e decidi vir para casa... mesmo tu insistindo que ficasse...mas tinhas saido de uma relação ha uns meses e achei que seria a atitude mais correcta. Prometemos repetir....Todas as segundas me envias uma sms...mas vou resistindo...

Porem ainda hoje me lembro com saciedade daquele beijo......

Love is a fast food

Carnaval em Veneza

Foi no carnaval. Nesse ano havia prometido a mim mesma passar um carnaval diferente, memorável…eterno.
Já havia estado no Brasil e lançado rosas ao mar à Deusa dos mares.
E ali estava eu instalada no Palazzo Paruta Hotel no meu banho de óleos essenciais preparando-me para o baile de mascaras.
Seria memorável…
A Praça de San Marcos estava mais bonita do que nunca…atravessei no sentido do Florian, marcaria passagem para uma taça de Don Perignon de 2000. A rua estava repleta de mascaras impossível de identificar quem quer que fosse.
Entre plumas, cetins e veludos fui deslizando por entre as foliões até chegar ao Palacio Cantarini del Bovolo. O aroma doce inebriava-me os sentidos.
Numa valsa um encontro…um Arlequim de mãos fortes. E fui tomada pela fantasia de uma musica. Rolava na sala ao sabor desse Arlequim que me dominava os movimentos. O aroma a ébano desse Arlequim tornava mais estimulante aquela dança. E eu voava naqueles braços. Num momento de paixão um beijo.
Era hora de partir. Era hora de fugir desse devaneio, desse instante.
Mas Veneza é a cidade das paixões. E fiquei presa no pulsar de Veneza.
Prisioneira de uma máscara, entregue à fantasia entramos na gôndola do prazer. Viajamos pelas canais envolvidos na mística do Carnaval. E o luar dessa paixão iluminava as mossas mascaras. E sob o manto de veludo azul o meu corpo dourado já não respondia ao meu querer…apenas desejo desse instante. E esse Arlequim cujo nome jamais saberei ordenava o meu destino com mestria, numa gôndola em Veneza.
Um carnaval em Veneza, uma musica de paixão com aroma de ébano…
Esquecer???
Impossível. Ainda hoje a luz daquela noite me trás à memória o calor daquele Arlequim.
Love…Love is a fast food.

Soneto de Bocage

XII [SONETO DO PRAZER MAIOR]

Amar dentro do peito uma donzela;
Jurar-lhe pelos céus a fé mais pura;
Falar-lhe, conseguindo alta ventura,
Depois da meia-noite na janela:

Fazê-la vir abaixo, e com cautela
Sentir abrir a porta, que murmura;
Entrar pé ante pé, e com ternura
Apertá-la nos braços casta e bela:

Beijar-lhe os vergonhosos, lindos olhos,
E a boca, com prazer o mais jucundo,
Apalpar-lhe de leve os dois pimpolhos:

Vê-la rendida enfim a Amor fecundo;
Ditoso levantar-lhe os brancos folhos;
É este o maior gosto que há no mundo.

Love is a fast food

AZUL…No profundo azul do teu olhar

No profundo azul do teu olhar deixei reflectir o meu carinho.

Era verão…um verão quente. Tínhamos combinado ir dar uma volta de moto. O calor desse verão estalávamos o rosto. Paramos a saborear o verde do Geres . Nem uma brisa corria. Apenas o silêncio daquele calor sufocante. Descemos até ao riacho em busca de uma fresca pausa. Senti a agua fresca do Homem correr-me pelo peito… um arrepio e uma vontade incessante de me deixar levar por cada gota.

Olhei-te. Olhei - te nesse azul imenso e perdi-me nessa nuvem de afectos. Deslizamos lentamente na lagoa envolvidos num longo e quente olhar. Deixamos fluir carinhos e universos infindáveis de promessas silenciosas de afectos quentes.

Um verão quente…como nunca havia vivido. Num calor que rapidamente aqueceu a fresca lagoa achei-me perdida entre a luz do teu olhar e o vigor da tua pele. Levada no aroma de âmbar que só tu tens perdi-me no teu horizonte. Num local itero onde se confina o mel da tua pele e o azul do teu olhar. Reflexo de paixões quentes desmaie em teu corpo. Volatilizei o desejo…perdi-me nesse Azul.

Um verão quente de paixão…um reflexo de mim no teu profundo azul.

Love is a fast food

Love is a fast song... mas tambem Love is a fast food....

Love is a fast food

uma dança a chuva...

Já havíamos vivido muitas coisas…

O nosso amor ultrapassa a barreiras da moralidade. É sonho, é musica , tem sido tudo o que queremos menos o mais comum.

Hoje é segunda feira. Quando cheguei ao escritório e liguei o computador para mais uma jornada não havia ainda decidido se almoçava por lá ou se iria sair. Mas rapidamente o destino do meu dia foi traçado.

O telefone tocou…eras tu.

- Acabo de comprar umas cerejas lindas…vamos almoçar juntos. (disseste)

- Não sei….nem a agenda ainda abri estou a chegar e a ligar o computador

- Nada disso é inegociável. Vamos juntos para o nosso santuário.

Era um santuário efectivamente, mas também o transformamos no santuário do nosso amor.

As cerejas eram linda de facto, grandes e carnudas. Pude sentir uma a uma numa mistura de suco e calor dos teus lábios. Acariciavas-me o rosto enquanto comíamos. Desviavas-me os fios do meu cabelo enquanto me beijavas. Senti as tuas mãos no meu colo.

Chovia. Os vidros do carro estavam embaciados . A musica que nos acompanhava tinha uma batida forte e num acto de loucura abriste a porta do automóvel e saltas-te para a rua. Dançavas. Eu perdida de riso via-te bailar à minha frente. E puxaste-me para ti.

De corpos molhados pela chuva sentíamos o ritmo da musica. Os nossos pés dançavam sós e nos envolvidos na paixão daquela musica, da nossa musica trocávamos olhares, sentíamos perfumes. Sentia o calor do teu corpo molhado de chuva enquanto sentias o meu molhado de desejo.

Dança de paixão num santuário de amor.

Love is a fast food